quarta-feira, 15 de setembro de 2010


A arte de calar reside em mim. Quanto mais eu sinto, mais me calo.
Não calo pra me fazer esconder, muito menos por não sentir, eu me calo pra te fazer detetive, pra que possa desvendar por conta própria tudo aquilo o que se fosse dito lhe pareceria insensato.
Meu interesse é temeroso, meu sentimento exagerado, amplifico-o. Amplificado por meus gestos e caricias, pelas noites que não durmo velando teu sonho. É quase um grito o simples ato de acariciar tua face, deslizar por teus cabelos, escute mais de perto. Não amaldiçoe minha boca ao dizer Adeus, sinta apenas a força de minha mão que te puxa junto à mim. Encontre nesses gestos o que a fala insiste em dissuadir, encontre em meu abraço o que minha língua despreza em ti.
Me encontre em meus gestos, não em minhas palavras, palavras podem ser mal interpretadas, um abraço não.Enquanto em dúvida sobre o que penso, não pergunte com pesar. Me agarre sobre ti, escute o coração disparar, e perceba então que não calo por não ter o que dizer, eu me calo é por medo de como possa interpretar.

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