terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O tempo é o combustível do que sou feita, e ele declarou minha setença. Acusada. Tudo fora do eixo, imutável caos, pessoas lacônicas e com visível solidão em suas almas. Então seguro-a porque é tudo que me resta antes dos ponteiros anúnciarem a hora. Eu digo que vai passar, fumo um cigarro atrás do outro e aceito morrer por inteira até o sol nascer. Aquele azul do céu, o falso sentimento de esperança quando chega essa época do ano e tudo isso é estranhamente confortável; então enquanto arranco as folhas do calendário aceito florir novamente.



Deitei a cabeça no travesseiro e gargalhei. Sem motivo aparente, apenas por um estranho instinto desconhecido. Dei risada por minutos intermináveis, então chorei. Chorei em silêncio, um choro manso que escorrega pelo canto dos olhos pelo lamentável elo arruinado, pelo sentimento atrofiado. Então dormi.
Era seu aniversário e pensei em desejar meus pêsames, mas dei um sorriso torto e dei-lhe os parabéns. Me doí inteira de ver o tempo te mastigar e engolir, mas sorri. Sorri porque ouvi o som dos guizos e então percebi que nunca vou morrer ; não vou morrer porque eu não existo e se não há vida, não há morte. No mesmo instante deixei de ser tua falta, porque falta é ausência e ausência é vazio, vazio é nada. Não posso sentir falta de algo que não existe. Então parei de temer a morte, temer a morte constante minha e de tudo que havia vida, parei de temer o tempo e sua passagem.

Eu sou de outro planeta...


Eu gosto de cogumelos.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Escrevi, apaguei. Rasguei. Pensei e desisti de escrever. Vou escrever. Talvez um dia você pegue essa carta e lembre de mim, de todo esse furação que o tempo teima em levar. Talvez um dia lembre de nós. Me desculpe pela ausência física e por todo futuro jogado pelo ralo, mas protegi teu nome por amor, eu tentei de todas as formas manter um pedaço teu aqui e em troca pedi o mesmo : Não me deixe morrer nunca em ti.
Entrego por meio desta a melhor parte de mim, a coisa mais bonita que um dia poderei dar á alguém : Meu coração de plástico. Com todos meus encontros e desencontros, com todas lacunas vazias do meu ser.
Amo você como Joana D'arc amava tua pátria e foi queimada por ser uma péssima funcionária pública, eu te amei como uma tragédia grega e lógico : Como um coração deve amar.
Eu não sei rezar, mas peço em nome de Deus, dos deuses você comigo sempre. Tenho memória péssima e vou esquecendo sem querer, então quando não passarmos de lembranças uma pra outra, terá essa carta pra ler e saber que é real. Que foi real.
Não tenho mais nada á dizer, pelo menos não qualquer palavra que me faça sentir curada ou alíviada, pois essas coisas só se curam com o amor.
Te dei todas minhas angústicas, minhas lágrimas e pedaçoes caidos, mas além de tudo : Meu sorriso, otimismo, esperança.

Deixo á Deus-dará se for a vontade do mundo (Ou a nossa) que a gente se encontre.
Como é mesmo que vovó dizia ? '' cantarás com alívio ao ouvir o som da trombeta anúnciando o fim de mais uma temporada. '' Oh Madalena, não deixe esses sonhadores desencorajados tirarem tua fé menina, não toma mais deste cálice não, aguenta mais um pouco, quase consigo ouvir o som da trombeta, o inverno tá indo embora, há um mundo inteiro pra descobir, não toma deste cálice não, larga os Blues amargos e essa morfina menina.

Eu ouço a trombeta tocando e anúnciando o fim.

Maldita flor da trombeta...


Escrever sobre você seria o mesmo que escrever sobre mim, mas não me conheço, então como poderei fazer ? Ou talvez me conheço tão bem que tenho medo de definir, tornar algo monótono que acabo preferindo esconder cada pedaço do meu ser. Escrever sobre você seria o mesmo que escrever sobre amor ; do qual já ouvi muito falar e ouso sentir, mas nada sei. Amor não é eterno ? se acabou não era amor.
Não coloco data pois será passado, acordará um dia e me verá como aquele vento que bate a janela toda manhã pra lembrar que o tempo está passando. O tempo passa e devora. Escrevo sem data, para ser eterno.
Dizem que quando você tenta se encontrar, acaba correndo o risco de se perder pra sempre, e na procura de você me perdi sem previsão de volta.
Tu és um Ás, a carta do coração, e muitos morrem disso, saca ? ataque cardíaco, um conjunto de mágoas e dores mal resolvidas ; mas queria que tu soubesse que esse lance é foda, mas corações são recicláveis, certo ? Quero que tu se encontre tanto quanto eu, pois se for pra ser, esses olhos verdes vão voltar.
Muitas coisas queria lhe falar, mas agora me contento com : Te-cuide-por-mim, e um vale silêncio que vale por todas essas palavras sem sentido.


ps : Lembre de mim, lembre de nós, e espero que continue por sua busca eterna por amor e libertação.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


Eu queria agradecer aos deuses por este presente, por me salvar e manter minha sanidade com tuas mentiras sinceras, e garota, você sabe, dezembro tá chegando ao fim e janeiro está ai estampado na botique do teu coração : Um ano inteiro de amor por ai e se eu me afogar não desisto não, eu sei remar !
remar,re-mar,amar. Lembra ? Eu remo se você remar comigo. pra onde ? '' princesa do sol encontra caminho para o mar. '' Então nós nos afogaremos em cafés amargos e blues, então você deitará sua cabeça em meu colo e eu direi '' dorme menina, porque sono salva ou adia.'' Mas adia de que ? Adia da vida menina, te vejo como Caio via Zé, uma pureza linda que ninguém entendia, mas isso já é outra história.
Enquanto toca qualquer-música-que-me-faça-querer-viver e você diga eu-tô-contigo-garota as coisas irão ficar bem.


Pra Fabilinda, com amor, carinho e sentimentos despenteados.

domingo, 19 de dezembro de 2010

— Dizem que se o visitante abre ele mesmo a porta, não volta nunca mais.
Ele saiu. O corredor de mosaicos gelados.
— Volte quando quiser — ela sorriu.
Ele deu alguns passos em direção ao elevador. Ela continuava na porta. Antes de entrar no elevador ainda se voltou para encará-la mais uma vez. E não conseguiu conter-se.
— Não conheço nenhum Paulo — disse.
— Eu também não — ela sorriu. Ela sorria sempre. Ele apertou o botão do Térreo. Conseguiu segurar a porta um momento antes que se fechasse, para gritar:
— Eu não me chamo João.
— Eu também não me chamo Maria — julgou ouvir.
Mas não tinha certeza. Difícil separar a voz sorridente do barulho de ferros do elevador. Rangendo, puxando para baixo.
Na porta do edifício, tornou a apertar o botão do porteiro eletrônico:
— Escuta — perguntou —, você não tem um rádio-despertador?
— Claro que sim. Na minha cabeeeira.
O riso chegou distorcido através dos pequenos orifícios do aparelho.
— E tenho também uma garrafa de vinho. Mas agora é muito tarde.

Pedras de Calcuta
Agora o jeito é me afogar em garrafas de vodka e doses de melancolia, misturado com comprimidos extras de remédios para dormir (como diria Cainho '' dorme menina, sono salva ou adia'') com poemas do qual não compreendo e meu querido ''Cainho'' de baixo do braço; no rádio tocando qualquer Blues que me faça pedir mais café ou aumentar o som pra dançar sozinha, e quem sabe, ter coragem para rasgar, quebrar, me revoltar (tenho todo o direito, sim senhor)e apodrecer em morrer em paz. Não gosto de dividir minha solidão, cada solidão trás o mais frágil ser atona e mostra cada um assim : Nu, nada, sem mentiras ou qualquer coisa que salve. E por fim mentindo todo dia que não-ligo-foda-se e tudo-bem-a-vida-é-assim-mesmo até eu realmente acreditar.
- Você vê as pessoas.
- Eu vejo você.
- E o que vê?
- Você não pularia.
Estou botando o dedo na garganta para vomitar um pouco disso, sabe? só queria que você tivesse me pedido pra ficar, me ligasse para que ficássemos em silêncio, ou qualquer conversa banal no fim da tarde, algo laconico e superficial. Mas eu queria que você tivesse falado. Não importa, qualquer coisa cliche que me convencesse que valeu a pena. Fica-sinto-sua-falta-sem-você-não-sei-viver, mas você disse tanto-faz-o-que-for-melhor-pra-você. Oras, mas vejam só, não quero ser injusta, careta, do tipo 'amor conservador dos anos 60' mas porra, minto ! Queria você pra mim,com todos seus defeitos, e jeito estranho de falar de amor. Meu jeito estranho de falar de amor. Agora tô meia perdida, sentindo algo estranho no meio do peito (seria o coração ?) queria pedir qualquer tipo de socorro S.O.S, só não-me-deixe-morrendo-aqui; Mas o que você faria ? Aos poucos vou vendo outra em meu lugar, alguém pra te chamar de meu amor, que faça você feliz. Eu não te faço mais feliz,não é mesmo ? Nos tornamos aquilo que tanto temia : Aqueles casais na mesa do restaurante, cujo quais negam a olhar entre os olhos. Mas tudo bem (minto de novo)quantos anos você tem ? Tá tão sozinha, viciada nessa solidão e precisando de qualquer pessoa que ocupe um lugar bem grande que não se importa com a ilusão.
Me entende, eu não quis, eu não quero, eu sofro, eu tenho medo, me dá a tua mão, entende, por favor. Eu tenho medo, merda!Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fos...se e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto.

Caio f. de Abreu.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

sábado, 13 de novembro de 2010


Não sou perfeita- graças a Deus! Mas que Deus ? Disso falo depois- não sou a garota mais completa e feliz do mundo, e nem quero ser. Sou humana. Mas com você eu fico muito mais feliz, torna tudo muito mais fácil e até gostoso (é, eu sei eu sei, tudo muito clichê, mas estamos falando do coração, querida) é como se viver se tornasse algo simples e fácil. Volta que preciso de você assim, como alguém que não possuí nada necessita do infinito para que talvez haja salvação. É, talvez haja salvação. Então não me deixe não me deixe, não me d-e-i-x-e que não sou nada, mas com você não me importo e ouso dizer que não enxergo minha pequenez e insignificância.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Tenho sentido o silêncio das palavras como jamais sentirá antes... e estupra-me o som do vazio...deixando-me atordoada... Um vazio, preenchido a lágrimas, lágrimas secas, pois já não sinto nada... Consola-me esta solidão... Ao som de violinos vejo o desvanecer das cores para o escuro... Meu corpo dormente repousa, em fracos pulsares, a respiração quase nula, e ainda sim, viva. Perdida em um sonho, que se parte e revira minha mente... Só, solitária em meu caos....

Boas garotas fazem túmulos.


começo escrevendo assim, chamando Deus, o pai dos desesperados.mas Ele não me ajudou, então desisti. Não, nunca desisti de algo, apenas começo tudo muito pessimista : Retalhos e morangos. É muito mais prático começar assim, sem fé, sem esperança alguma, exceto pelo fato que não consigo. São muitos retrocessos, naufrágios, manifestações de dor que te destróem aos poucos, e agente vai morrendo sem perceber.

Rosa Escarlate.


Abraçe tua loucura Susanne, abraçe tuas dores e tudo que te queima, antes que seja tarde demais, garota.- deu o último trago no cigarro, puxou toda fumaça para seus pulmões e seguiu em frente até se perder entre os mortos-vivos-

segunda-feira, 8 de novembro de 2010


Ele tomava tanto café, que a cor e a frieza da água o assustavam desesperadamente.
Ela tinha mania de colecionar. Mas não lia para não sujar os livros, não ouvia musica para não arranhar os discos. Era tudo sempre vazio. Ele era tão paranóico, que indagava as próprias roupas sobre que tipo de conspiração elas tramavam enquanto ele dormia. Era assustador ouvi-las. E assim, formavam o casal perfeito.

Divagações metafísicas sobre o extra-ordinário!

Ausência, vazio, nada. Não, não dói, apenas sentia uma enorme falta de algo que não conhecia, nem sabia se existia. Tarô, geomancia, macumba,horóscopo de jornal, procurou em vão um resposta do amanhã ; ''amanhã Deus pertence'' mas Deus morreu faz muito tempo. Cigarros, café, amores, morfina e nada. Drogas alternativas também não faziam efeito.'' Ô Zé, tô sozinha aqui, novamente ando em uma bicicleta pra dois sozinha. Por quê Zé ? Tu vai embora sem hora, volta quando quer e eu fico aqui, esperando por algo imaginário, só espero. Espero em vão.'' Não dói, pois nada existia ali, era ausência, era pó, era nada, espaço oco ; como algo que não existe pode doer ? Então não doi.


E foi se perdendo assim, como faca de dois gumes, cada um tem seu destino( seja lá o que destino quer dizer), as coisas se perdem, as pessoas se perdem. Viram pó, viram nada.

domingo, 7 de novembro de 2010


Interrupted at her music: as my life had been, interrupted in the music of being seventeen, as her life had been, snatched and fixed on canvas: one moment made to stand still and to stand for all the other moments, whatever they would be or might have been. What life can recover from that?

O suicídio é uma forma de assassinato - assassinato premeditado. Não é algo que você faz a primeira vez que você pensar em fazê-lo. É preciso se acostumar. E você precisa de meios, a oportunidade, o motivo. Um suicídio bem sucedida exige uma boa organização e de cabeça fria, ambos os quais são geralmente incompatíveis com o estado de espírito suicida.

(Garota Interrompida)

sábado, 6 de novembro de 2010


Uma insanidade consciente? Ou devaneios momentâneos ? Não sei. Não quero saber, pois saber me cansa, me enche e acaba tornando tudo aquilo que odeio : Monótono, uma perfeita simetria dentro do eixo. Queria puxar tua mão agora,correr pra Paris, morrer em Berlim, tomar uma caipirinha. Não, não, acho que não ! Talvez apenas aperfeiçoar uns detalhes egoístas, uma teimosia de natureza, a liberdade de uma típica sagitáriana e um jeitinho bossa-nova de voz doce, pele macia, cheirinho de capim-limão,cabelos sempre enredados, de tanto vento, tanto mar...memória das águas!
Ah...Por que falo do futuro ? Falo do agora então : Vazio.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


Glorifico a juventude, mesmo que velha, por sua beleza feroz e o desejo impetuoso.
O mundo pertence aos jovens, não é mais segredo pra ninguém.Jovens revolucionam, jovens sonham, jovens se apaixonam.
Como lhe disse na carta, e volto a dizer agora ; aniversários são clichês e pessoas amam essas coisas clichês -admito, eu também as amo mesmo negando ás vezes- e me recuso, me recuso, re-cu-so a dizer pra você meia dúzia de palavras cuspidas sem sentimentos e valor. Não desejo juízo -apenas o necessário- desejo VIDA em letra maiuscula, felicidade, amor no sentido mais bonito da palavra. Desejo tudo que desejo a mim mesma só que em dobro.Juventude é coragem, rebeldia, questionamento.Juventude transviada, permaneçam fora do eixo, é assim que tem de ser.


Dou-lhe minhas palavras de coração, com amor. Parabéns minha bobinha.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


Sou uma casinha no meio do nada depois de uma tempestade.Sinto como se toda minha vida estivesse a mercê dos dias e do tempo ; como se eu precisasse da certeza da minha própria existência. '' Ave Maria cheia de graça '' rezo todos os dias para santos que não conheço apenas pela monotonia do meu ser que grita, que arranha, que...Ah, meu Deus ! Que Deus ? Meu Deus. Sou herege, cometo blasfêmia em nome do meu próprio Senhor. ''Pai nosso que estás no céu, santificado seja vosso nome, aqui na terra como nos céus.'' Santificado seja eu, seja você, seja Ele e Sofia.

Se acreditasse em Deus (acredito ? acredito) diria que ele está no tempo.
Deus age sob ás leis dos dias.

''se eu fosse Deus, seria ateu''

Filhas de Eva.


Sentada na estação de trem, tendo entender o motivo que me fez partir. Silêncio. Cada parte do meu ser implora por silêncio. Olho cada ponteiro do relógio, como se cada engrenagem do tempo tivesse uma parte minha ali. Não havia motivo, nunca houve uma razão para parti ; simplesmente o fiz porque tinha que fazer, e você sabe, quando chega a hora não adianta negar, é demasiado tarde tentar achar uma resposta para uma pergunta que não existe. Então sorri fechado : Sorrisos e enigmas ; e venha a vida !
''remar, re-mar, amar'' Roma ; amor. Remar em Roma atrás do amor !
-é, é exatamente isso que farei - Disse ele enquanto batia ás últimas cinzas de cigarro e recolhia ás garrafas da noite passado do chão.

terça-feira, 2 de novembro de 2010


O mais engraçado de esperar- se é que posso dizer que há algo engraçado em esperar- é que você fica fatigada, dilacerada, e depois de algum tempo você não se importa mais : Age por instinto, como se esperar fizesse parte de sua própria natureza. Esperar sem fé, sem acreditar,esperar por esperar. A solidão veem no meio da noite, senta do teu lado da cama e olha com desprezo enquanto bate o cigarro no cinzeiro e diz - hey, Sunshine voltou. Ela sempre volta. - E eu espero. Espero ir embora, espero voltar.
Ajoelhada nos pés da cama, onde os dois amantes morreram, Anita diz:
- Essas paredes, as tábuas do chão, portas, janelas, tudo isso é testemunha do que aconteceu entre os dois amantes. E esse espelho, olha esse espelho – Diz Anita caminhando até o espelho - Ele refletiu toda cena de ciúmes, também a morte dos dois, já imaginou que fascinante conhecer o passado de um espelho? Entrar por dentro dele, como Alice? O que você está pensando?
- Que eu tenho que ir embora. – Diz Fernando.
- Assim de repente? Por quê?
- Foi como eu entrei, de repente!
- Volta amanhã...
- Quem sabe a gente se encontra outro dia... De qualquer maneira obrigado, eu estava chateado, deprimido, você salvou meu dia. Espero que não haja rejeição ao transplante! – Responde Fernando se referindo ao vaso de flor que caiu do sobrado de Anita.
- Eu acho que você se aborreceu comigo, eu juro que não sou louca, mas é que... Olha...
- Você está chorando?
- Eu fico emocionada sempre que eu falo na Cíntia.
- Cíntia? Quem é Cíntia?
- A moça que morava aqui, que foi assassinada pelo amante. Ele era Luciano, ela Cíntia.
- Eu usei o nome Cíntia em um conto que escrevi a muito tempo, incrível! No meu conto ela também era assassinada pelo amante... Coincidência...
- Nada é coincidência, tudo está escrito! Não acredita no destino? Acha que foi mesmo por acaso que você entrou aqui? Que a gente se conheceu? Tava escrito, assim como ta escrito que você vai voltar.
- Pode ser... Mas o que está escrito mesmo nesse momento é que eu tenho que ir embora. Tchau... Prazer mesmo!

Fernando termina seu cigarro e desce as escadas...
Cuspi muitas palavras nessa última carta de adeus, mas acabei não falando nem a metade do que queria.Na verdade, acho que nosso coração nunca fala o bastante...Mas que coração pensei eu, que coração ?Não sei, não posso descrever coisas abstratas, só
sei que acabei dando voltas e voltas e não te disse nada. Nem metade do que queria, meu amor.Eu sei que tá chovendo muito lá fora, e não consigo diferenciar minhas lágrimas ou a do céu, mas sabe...Perdi meu rumo novamente,e o estranho de tudo isso é que não estou com medo. Sinto falta. Ando cuspindo muitas palavras ultimamente. Vou fazer o que sei fazer de melhor : Esperar. Esperar enquanto meu café esfria, enquanto cada parte de minhas veias parem de escorrer sangue. Esperar. No sentido mais razo da palavra :fica sentada esperando os dias irem embora. Vou parar de cuspir minhas palavras e rezar minha ave Maria...Mas Deus, lembrei que não sei rezar !

E mesmo assim, tudo que sinto é algo estranho, passa longe, longe de raiva, é uma mistura de mágoa com não-sei-o-que, que agente sabe que não passa ; alias, passar passa, até a uva passa, o que não passa é essa imensa saudade do futuro,da felicidade ou da ilusão que criei repetidamente sobre ela. Não, eu não era feliz.Dizem que a verdade te liberta, mas cara, o que acontece comigo ? Verdades não me libertam, nem eu me liberto ! Só estou cansada disso tudo sabe ? Esse disse-me-disse,estou tão mau-humorada, ando cansada de tudo, inclusive de mim mesma (ou aquilo que julgo ser eu) então como poderei pedir pra que alguém me ature ? Sabe como é, sou de sagitário ;extremista, exagerada, impulsiva. Só peço tempo e calma. Paciência.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sobre você e blá blá blá.


Como poderei dizer sobre você se mal me conheço ? Mas mesmo assim o faço ; faço porque quando olho pra você vejo a pureza dos anjos e a força que toda mulher carrega em si desde o seu primeiro dia no mundo. Não sei quem sou, mas ás vezes tenho a leve impressão de saber exatamente tudo sobre minha própria existência quando estou contigo e acho que preciso do teu sorriso pra me lembrar todo dia que também tenho motivos pra sorrir. Ás vezes me desembesto a falar sem freio e você fica ali, muitas vezes sem entender ou concordar, mas sempre me apoia, me dá a mão e diz que vai estar comigo. Quando penso em alguém pra me socorrer, pra me abraça e me embriagar nos encantos da vida só penso em você.
Sabe, por muito tempo tive medo que algo nos separasse, essa coisa de destino ou como queira chamar ; mas hoje a certeza que cada vez mais nos tornamos uma bate em minha janela, e isso significa o que ? Pois bem, significa que me separar de você seria como perder uma parte de minha alma.
Ah, eu amo tudo que é seu, amo tudo que você faz como se parecesse algo novo, nunca inventado pelo ser humano ! Amo cada defeito e erro seu, e aprendi a te respeitar, como você aprendeu a me respeitar em nossas diferenças cruciais.

Diria que te amo pra sempre, mas não posso falar de tempo pois
não conheço nada a seu respeito, então digo que hoje te dou tudo o que
é meu, pois o que é meu é seu, o que é seu é meu. Sei que já lhe agradei muitas
vezes, mas agradeço novamente por tudo, por tudo mesmo, cada detalhe, cada
palavra, abraço...Minha eterna melhor amiga.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010


"- Nunca aconteceu a você de querer desenhar ou construir alguma coisa e não conseguir fazer isso direito? Você tenta mais uma vez, tenta outras vezes, mas nunca dá certo. Isso se explica pelo fato de que a imagem que você tem do que quer fazer sempre é incomparavelmente superior às cópias a que você tenta dar forma com as mãos. E o mesmo ocorre com tudo o que vemos à nossa volta. Trazemos dentro de nós a noção de que tudo que vemos à nossa volta poderia ser melhor do que é."
Sofia tirou a rolha do vidro vermelho e encostou-o cautelosamente nos lábios. O suco tinha um gosto adocicado e estranho. Mas isso não era tudo. Imediatamente, aconteceu algo com o mundo à sua volta: primeiro, foi como se a imagem do lago, da floresta e da cabana se fundissem numa coisa só. Depois pareceu-lhe que tudo o que ela via era apenas uma pessoa e que esta pessoa era ela mesma. Quando finalmente olhou para Alberto, ele também parecia ter se transformado numa parte dela mesma.
- Que coisa estranha - disse ela. - De repente, tudo o que vejo parece estar relacionado. Tenho a sensação de que tudo é apenas uma única consciência.
Alberto concordou com a cabeça, mas Sofia teve a sensação de que era ela mesma quem concordava.

Escrever sobre você ? Escrever sobre você seria o mesmo que escrever sobre minha própria existência ou tentar prová-la. Como posso escrever sobre algo que eu não conheço ? Ou conheço tão profundamente que chego a ter medo de rotular, pois assim iria se tornar monótono

(Pedaço de uma carta.)
A primeira vez que o vi, foram ás 19:15 de um sábado chuvoso. Típica noite sem rima, sem poesia, sem amor. Acho que era Dezembro, ou talvez meu calendário estivesse atrasado. Os meses passam muito rápido, encharcando minha dor, esvaziando minhas promessas. Me lembro nitidamente dos detalhes : Colares de pérolas e diamantes de sangue. Perdoe minha falha de memória, eu só queria que o verão voltasse novamente, mas saiba que eu guardo as cinzas de rosas.


Por que não me esperou pra morrer ? eu poderia ter ido com você.

Verão de 1989.


Estou lhe escrevendo na varanda de minha casa em Olympia. Ah, não me lembro da data precisa, acho que estamos em meados do dia 15, pois todos estão felizes na rua. Dia 15 dançamos á veia luz. Desculpe a demora pra lhe escrever...Me faltou como é mesmo o nome ? Ah, sim, tempo. Mentira, tempo tive de sobra, o que me faltou foi coragem. Nestes últimos anos fui a garota do mundo, mas o dinheiro acabou e eu me cansei. Sabe como é...Café, cigarros e um pouco de morfina. Os bons tempos mudaram e eu quero voltar desta vez para casa. Ás vezes me pego olhando pela varanda todos aqueles senhores e senhoras jogando xadrez como se fosse a primeira vez e cara, eles são tão felizes saca ? E somos tão fudidos e amargos. Eles foram felizes...
Acho que desta vez irei voltar pra casa, e prometo não deixar as roupas sujas no chão nem deixas o gás ligado novamente ; só preciso que você me aceite me aceite me aceite me aceite, me a-c-e-i-t-e. Ah, Deus todo f-o-d-e-r-o-s-o eu não corto mais meus pulsos nem mudo meu nome, eu só queria me encontrar mas estar contigo era o mesmo que cometer um pequeno suicidio. Somos todos suicidas por trás destes remédios e bebidas, somos tão ' vida-de-plástico-americana'....


Bem, me espere na estação ás 15:00 e vamos viver nosso sonho americano de vida capitalista.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010



Mamãe disse que amanhã tudo dará certo, mas eu acho que não me importo. Todos ao meu redor não se importam mais.
- Como está seu coração ?
- Morto. E o seu ?
- Precisa de cola.

(Uma conversa com o Aka.)
sexta-feira, 22 de outubro de 2010- Você está ouvindo essa música? Sinto ela nos chamar.
- Sim, estou.
- Quero você no meio dessa pista de dança a-g-o-r-a!
(ao som de Somebody Told Me, The Killers). E se prepara.. quando o refrão chegar eu te beijo.
- Quando?
- Agora.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

6 de outubro.


Sempre tive medo que nos tornássemos como aqueles casais na mesa dos restaurantes, tão unilateral. Mas agora, olhando o sol ir embora pela janela e trazendo consigo nuvens negras cheias de chuva, tenho que contentar-me com a cadeira vazia e frases inacabadas espalhadas pela mesa. Este silêncio do que poderia ter sido ficou tatuado com a marca de ferro e a metáfora de um coração partido.

Dia 27 será banido dos meus meses e anos, como um traidor era banido das guerras francesas; e assim tentarei em vão gritar '' amor'' e o único sim que sairá será teu nome meio arranhado. Meu amor, tudo bem.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010


"É uma mentira.
É um bando de estranhos tristes lindamente fotográfados, e... Todos os idiotas brilhantes que apreciam arte dizem que é lindo porque é o que eles querem ver.
Mas as pessoas nas fotos estão tristes, e solitárias...
Mas as fotos fazem o mundo parecer lindo, então... a esposição é tranquilizadora o que a transforma em uma mentira, e todo mundo ama uma grande mentira."

Alice Ayres - Closer Perto Demais
19:02

Estou sozinha em casa. Conversando com uma pessoa me que dá muita calma. Estou ouvindo forever young e olhando pela janela. Acho que nessa última semana cresci mais do que imaginei. Estou com uma sede enorme de deixar as pessoas e coisas livres, por mais que meu coração sangre ás vezes. Estou mais calma, e deixando ás coisas acontecerem simplismente por acontecer. Quero tantas coisas, tenho tantos sonhos e me pego chorando em silêncio como um poeta antes de morrer porque eu sei que a verdade nunca me libertou mas esse é o preço para tentar chegar perto de algo que limpe meu coração.
Sábado enquanto estava sentada em pleno centro da cidade anoite, olhando aquele céu todo cinza e as pessoas passando de cabeça baixa eu tive a certeza que não quero me tornar isso. Quero ser algo á mais. Quero viver de verdade e não me da conta disso no leito de morte. Eu tenho muito amor. Amo muito as pessoas, mas preciso amar a mim mesma e aceitar essa jornada de libertação.


Dizem que sua casa é onde seu coração está, e meu coração não pertence a lugar algum. Sou a garota do mundo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010



A maturidade sempre fora um dos meus maiores medos, não gosto de acreditar que meus sonhos possam vir a cair por terra. Meus ideais não podem ir por água à baixo em razão de minha idade. Minha realidade não pode ser desmistificada. Me deixem sonhar, não me abram os olhos, I wanna be forever young. Não me venham com esse papo de que envelhecer é necessário, que rugas é sinônimo de sabedoria. Não é.
Conheço jovens que aos 20 conhecem mais da vida do que idosos de 90. E conheço idosos de 90 que são mais jovens do que os próprios jovens de 20. No mundo é tudo relativo.Sempre terei 17, e agradeço por isso.Na eternidade minha juventude perpetuará, live fast die young, isso se ao menos eu acreditasse na morte. Já não acredito. Acredito nos jovens.Juventude é coragem, rebeldia, questionamento.
Juventude transviada, permaneçam fora do eixo, é assim que tem de ser.


autor desconhecido.

Fazia muito silêncio a Priori, depois veio um tumulto de palavras, a cereja explodiu e só sobraram cinzas. Novamente há pedaços por todo o canto, e com medo de sentir dor foi que se sentiu, com medo de perder foi que se perdeu. Fazia muito silencio, a mesa do bar estava vazia, mas havia contas a pagar. Senti medo. passei a língua entre os dentes e tentei rezar, mas Deus sabe que não o sei fazer.Chorei - ou tentei- até o medo me sucumbir. Eu estava bêbada, depois veio a ressaca. Agora acho que estou sóbria.



Texto velho, mas deu vontade de postar.
Sinto falta das tarde de domingo chuvosas. Sinto falta do companheirismo incondicional. Sinto falta de rolar na cama por cócegas. Sinto falta da liberdade prisioneira. Sinto falta das piadas internas. Sinto falta de mãos dadas. Sinto falta de sua demora no banho. Sinto falta de velar por teu sonho. Sinto falta de admirar sua beleza dormindo. Sinto falta de quando ficava brava. Sinto falta da TPM e de me estressar com você. Sinto falta das viagens de carro. Sinto falta do abrigo em seus braços. Sinto falta da amiga que tive. Sinto falta dos segredos trocados. Sinto falta de edredon, suor e calor. Sinto falta de amar. Sinto falta do que nunca tive. Sinto falta de você que não existe(...)

A arte de calar reside em mim. Quanto mais eu sinto, mais me calo.
Não calo pra me fazer esconder, muito menos por não sentir, eu me calo pra te fazer detetive, pra que possa desvendar por conta própria tudo aquilo o que se fosse dito lhe pareceria insensato.
Meu interesse é temeroso, meu sentimento exagerado, amplifico-o. Amplificado por meus gestos e caricias, pelas noites que não durmo velando teu sonho. É quase um grito o simples ato de acariciar tua face, deslizar por teus cabelos, escute mais de perto. Não amaldiçoe minha boca ao dizer Adeus, sinta apenas a força de minha mão que te puxa junto à mim. Encontre nesses gestos o que a fala insiste em dissuadir, encontre em meu abraço o que minha língua despreza em ti.
Me encontre em meus gestos, não em minhas palavras, palavras podem ser mal interpretadas, um abraço não.Enquanto em dúvida sobre o que penso, não pergunte com pesar. Me agarre sobre ti, escute o coração disparar, e perceba então que não calo por não ter o que dizer, eu me calo é por medo de como possa interpretar.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Venho contar-lhe o que ocorreu naquela noite de dezembro de 1935. Estava ele sentado em frente à lareira, um cobertor verde musgo cobria seus delicados ombros, suas pernas estavam encolhidas, suas costas envolvidas pelos fortes braços de seu parceiro. Ele fitava seus olhos verdes claro em seu amante, selaram seu amor com um ardente beijo.De repente eles escutaram barulhos estrondosos do lado de fora da casa, à porta fora arrombada brutalmente por conservadores militares nazistas.
As mãos de ambos calorosamente se tocaram. Lágrimas apaixonadas escorreram, gatilhos foram apertados, o amor morreu fuzilado, de mãos dadas. Lembro-me muito bem do vermelho escarlate que manchava o tapete da sala de estar.Arrependo-me hoje de ter te matado, então hoje aperto mais uma vez o gatilho para você ser vingado.
Ass: Um militar arrependido.

domingo, 5 de setembro de 2010


Moi je t'offrirai, des perles et des pluie, venues de pays où il ne pleut pas. Je creuserai la terre, jusqu'après ma mort, pour couvrir ton corps, d'or et de lumière, je ferai un domaine, où l'amour sera roi, où l'amour sera loi, où tu seras reine. Ne me quitte pas. Ne me quitte pas. Ne me quitte pas

sábado, 4 de setembro de 2010



Pretty Girls Make Graves



Eu queimei todas as pontes que construi quando você esteve aqui, por que me deixas-te sozinha agora ?


Espreguice e Espere


Todas as mentiras que você inventa - O que está por trás da sua mente? Oh, eu posso ver o seu rosto e é desesperadamente bondoso mas o que está por trás da sua mente?
Duas mãos geladas conduzindo o caminho é o sangue esquimó nas minhas veias e em meio ao concreto e argila e da decadência geral, a natureza ainda vai encontrar um jeito
então ignore todos os códigos do dia deixe seus impulsos juvenis fluírem deste jeito, daquele jeito ; Deus, como sexo lhe implora que você deixe se perder de si mesmo. Espreguice e espere espreguice e espere, deixe seu corpo franzino se deitar, se deitar enquanto nos deitamos, você diz ''espreguice e espere espreguice e espere'',
deixe seu corpo franzino se deitar, se deitar enquanto nos deitamos, você diz '' será que o mundo vai acabar durante a noite? Ou será que o mundo vai acabar durante o dia? E há alguma razão em se ter filhos? Tudo o que eu sei é que estamos Aqui e Agora. '' então espreguice e espere espreguice e espere, não há debate, não há debate, não há debate como você pode contemplar conscientemente, quando não há debate, não há debate, espreguice e espere, espere, espere, espere...

the smiths

sexta-feira, 3 de setembro de 2010



A primeira vez que ele viu o céu foi exatamente ás seis horas e cinquenta e sete minutos depois do mesmo momento em que uma geração inteira se apaixonou por ele. Foi, sem dúvida nenhuma sua primeira morte, e apenas a primeira de muitas pequenas mortes que se seguiriam. Para uma geração enamorada por ele, era uma devoção apaixonada, poderosa e obrigatória - o tipo de amor que logo você sabe que está predestinado a partir seu coração e terminar como uma tragédia grega -
prólogo.

HeyJude.


Pequena sunshine, mesmo distante me pego pensando em nossas noites de amores impossíveis como Eva Braun em Las Vegas, uma vida bandida em New Orleans e noites de muita tequila vendo o sol nascer na Time Square. Já disse uma vez e repito ; largue estes cigarros e me de a mão, faremos uma bela dupla, podemos ser quem quisermos, desde que estajamos juntas. Tu és minha irmã de alma, minha escolhida e se Deus te botou aqui, acredito que Ele deva ter seus motivos.

Me veja cantando Hey Jude para você, me deixe acompanhar os mais belos movimentos, simplismente sente-se comigo na varanda esta noite e façamos promessas. Sonhos. Rodaremos o mundo, casaremos com o primeiro cara bêbado e veja, veja, simplismente abra teus olhos por mim que abrirei os meus por ti.

Me deixe falar por horas mesmo quando não tenho nada há dizer, porque garota, eu salvaria minha má reputação e trocaria as molduras velhas por você. Seremos irmãs de alma, e você ouvirá meu coração bater, sentirá cada pulsação de minhas veias, ai sim saberemos que é real.
Para minha pequena Lara.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010


As luzes daquela manhã de sábado estavam me cegando, precisei de mais café ou uma droga qualquer que fizesse manter meus olhos abertos. Alegrias vazias; como no mês passado. Olhos de vidro em uma noite de luar, cola para um coração partido e poemas para dama de vermelho, por favor. As luzes daquela manhã de sábado estavam me cegando, e a rosa que você me deu tinha espinhos. Me machucou como aquela poesia, eu sei. Batom vermelho borrado, desgastado ; cigarros.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

almas.


Eles continuam cantando uma música - sim, aquela música garota- eles cantaram durante toda a noite por dias e dias ; então não se esqueça de gritar teu nome alto bem alto quando isso ficar difícil, eu disse que ia te dilacerar...Eu avisei. Então cante de novo de novo e de novo.

Rastejando por dentro eu vejo que há algo errado com o espelho ; essa não pode ser eu. Já são 3 da manhã e ainda não parece o bastante, então salve salve salve seu coração e tudo que não lhe pertence mais. Salve tua vida e o silencio te libertará.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010


Eram 7:30 da manhã. Os primeiros raios de sol haviam penetrado a janela do quarto. Mesmo sem ter o por quê, levantei. Me sentia como um foguete, uma bomba prestes a explodir. Uma confusão, um turbilhão. Tais sentimentos entraram em contradição dando origem a indiferença. Liguei o rádio mas nenhuma música fazia com que me sentisse melhor, então o desliguei. Preferi ficar cega por opção, pela primeira vez a verdade pouco me importava. Viveria eu assim, pobre mortal seguindo sem rumo neste grande lar universal ? Não importa, eu estava vivendo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Adeus, sofia.

ela fazia desenhos nas nuvens enquanto o tempo passava,

ela era engolida pela engrenagem do tempo a cada segundo e

contava com seu trevo de quatro folhas...Uma linda tragédia.






Oh, ela estava usando aquele vestido garoto, o mesmo vestido manchado do verão passado e acredite quando eu digo '' Hey garota, não vai precisar da sua jaqueta esta noite'' E talvez você nunca mais precise delas. Me disseram que você me esperou por 30 dias e 30 noites antes de partir em direção contrária, me disseram que você estava com aquele sorisso, oh me disseram tantas coisas baby ; me desculpe por esses 'oh' mas eu nunca poderei dizer que aqui nunca foi o meu lugar, então me desculpe por fazê-la esperar, acho que estava ocupado demais pensando em como me matar.


Aqui continua chovendo, minha bússola não funciona, eu esqueci seu telefone em algum papel na mesa do bar, e não sei como voltar. Não importa o quanto eu procure, o meu tempo está acabando ; mas oh você não vê que temos todo tempo do mundo ? Acho que vou precisar da minha jaqueta esta noite.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

blá blá blá.


dê-me cinco minutos, deixe-me respirar e ouvir o som da chuva, deixe-me tentar falar - em vão- com Deus. dê-me cinco minutos, um banho quente demorado e mais um gole de café. dê-me colo, me faça dormir, me conte seus medos, seus segredos, não me largue até os primeiros raios de sol penetrarem a janela ; quebre meu temor com violência. Dê-me cinco minutos e ligue o rádio, é tudo que preciso para ficar bem. Apenas deixe-me ficar cinco minutos sozinha.
Não é saudade, nosso laço se quebrou ; não é apego, já morri com meu veneno,meu doce fruto proibido. É apenas nostalgia, e creio que isso você sabe bem. Eu tinha a arma em minhas mãos e você as balas, era o crime perfeito, e eu só precisava de uma overdose de adrenalina em meu sangue. Perdi o controle ; nós perdemos o controle e de repente comemorar nosso halloween perdeu a graça. Machucou, doeu. Eu esfaqueei teu rosto e guardei teus olhos em um pode de vidro ; enterrei teu coração á 4 palmos da terra.

Você atirou pedras em minha janela e eu as recolhi com todos nossos sonhos adolescentes. Você disse que voltaria para última dança ; carregando uma faca no bolso, um cigarro na boca e teus olhos suicidas.Oh...vamos cometer outro crime...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Oh, eu sinto muito, mas nós somos o que somos, e certas coisas não se podem mudar. Somos mentirosos, acreditamos no ilusório, egoístas, clichês, românticos, nós somos sonhadores desencorajados e rebeldes sem causas. Somos Reis e rainhas das promessas; promessas das quais nunca serão compridas ; porque óh meu bem, eu esqueci que promessas são palavras e palavras não são mais do que música ao vento, útero aos desabrigados, armas aos suicidas. São só palavras, e nós as esquecemos. Acho que sinto falta de algo, algo que nem eu mesma sei, talvez de algo que eu já perdi faz tempo...Ou algo que nunca tive.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

terça-feira, 29 de junho de 2010

Sunshine tinha por volta dos 27 anos. Havia morrido de overdose por volta das 23:00. Cabelos negros, olhos grandes e cheios de significados ; mesmo ninguém o vendo. estava tão frio. Só deram conta de sua ausência quando o corpo começou a se decompor. Nasceu sozinha, vai morrer sozinha. Srtª Love era o oposto. cabelos loiros e curtos, um sorisso torto e meia palavra basta. Ela não tinha nada, ela era tudo. Ela tinha o mundo e todos podiam ver isso. As duas tinham algo em comum, o bom gosto para bebida ; mas sabe como dizem, não ? '' Garrafas cheias, mulheres vazias. '' E ai vem Ás de Copas, em cima do muro. Uma válvula de escape para dias como esses. A garota que se atraiu por sua imagem invertida. E eis que surge Alice...Alice sempre pela metade. Alice de Las vegas, Nova Orleans, da estrada do Leste. Alice e suas cartas. Alice, como uma luz no fim do túnel, ela era sua melhor amiga e sua pior inimiga. Vida e morte. Ela é eu, é você. É todos nós e ninguém ao mesmo tempo ; nada mais do que um personagem. Ela é Alice, mesmo que todos duvidem.

Cartas para Alice.


Alice está tão vazia quanto um buraco, tão escura quanto a noite negra lá fora. Pega mais uma xícara de café, e vai embora. Café frio, velho. Café amargo. Mas é café. Enquanto a lua se despede, Alice escreve. Escreve pela estrada de seu coração. Escreve em vão. Alice está tão vazia quanto um buraco, tão escura como a noite negra lá fora. Mas é noite. Noite de inverno. Noite de lua cheia.
Era 22 de Novembro ; e foi embora com uma garrafa de uísque e seu coração na mão. Coração negro, sufocado, retalhado. Coração de plástico, mas é seu coração.

domingo, 27 de junho de 2010


Maio, fim de maio. Certamente duvidaria de tudo. Dezembro chegou. Eu confiava em você, e você me amava. 16 de Janeiro, e descobri que corações de plástico também se reciclam. Era mais, muito mais do que eu desejava. Eu estava confusa. Maio novamente, e você não acreditava em mim. Dia 27, daria tudo para voltar. Você me tinha nas mãos, e eu amava isso. Hoje odeio. Amor de verão, bebida purpúra. Chegou Abril, você partiu. Metade de Junho, e havia outra em meu lugar. Havia vários em seu lugar...Você sempre faz eu voltar.
Por alguma razão desconhecida, ainda durmo escutando tua voz. Aquelas músicas que me fazem voltar. Voltar na época da certeza, quando alguém ainda se importava. 26 de Junho. Ainda guardo meu coração de plástico, é como se ele estivesse esperando o tempo todo por você. Era Junho...E eu não tinha mais nada.
420 dias e te vi partir, 420 dias e você me viu partir. Tenho uns trocados e podemos ir para o Leste baby, vamos rodar sem direção e você cantará pra eu dormir...420 dias e tudo o que sobrou foi um pedaço do passado para construir o meu amanhã.
Pegue seus sapatos garoto, vamos fugir, vamos vamos vamos partir. E nunca mais voltar. Eu sinto cheiro de algo novo, ás luzes me guiam como da última vez, então pegue suas coisas e vamos voar, vamos cantar aquela canção. Feche os olhos garoto...Nunca mais iremos voltar.

sábado, 26 de junho de 2010


Let me have it just go away...