sexta-feira, 15 de abril de 2011

The End.

Dou um sorriso para ele , brincalhona.
— Você vai saber...
Me sinto inchada,incapaz de me mover em baixo da camisola branca com rendas.
— Andei pensando em Claire se for menina, e se for um garoto, Gabe. O que acha? Alguma sugestão? — Ergueu as sobrancelhas, tentando rançar informações de mim.
Olhei para Edward dormindo angelicalmente ao meu lado e fiz um carinho em seu rostinho liso e em seu cabelinho preto, maravilhada. Como ele se parece com Jim. É como uma cópia.
Suspiro, controlado a ansiedade.
Escondo meu sorriso e dou um beijo em Jim, sentindo tudo ao nosso redor parar, e apenas nossos movimentos e nossas carícias fazerem sentido.
— Muito bem. — Demonstro pânico. — Acho que Claire e Gabe estão prontos para vir ao mundo. — Faço um dois com a mão, demonstrando que há mais de uma criança na minha barriga.
Num relance, Jimmy se levanta, aperta minha mão e sussurra gentilmente no meu ouvido “Vou estar com você.” Após isso, sorri outra vez para mim, me dá um beijo na testa e me leva para o hospital.
O clã Keaton- Fields estava crescendo,junto com nossa eterna felicidade.

Desejo

Desejo a você (..) cheiro de jardim, namoro no portão, domingo sem chuva, segunda sem mau humor, sábado com seu amor, chope com amigos, viver sem inimigos, filme antigo na TV, ter uma pessoa especial e que ela goste de você, ouvir uma palavra amável, ter uma surpresa agradável, rever uma velha amizade, ter fé em Deus, não ter que ouvir a palavra não, nem nunca, nem jamais e adeus, rir como criança, escrever um poema de amor que nunca será rasgado, formar um par ideal tomar banho de cachoeira, pegar um bronzeado legal, aprender um nova canção, esperar alguém na estação, (…) E muito carinho meu.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O guia do mochileiro das galáxias

Seguiu-se um longo período de pesquisas meticulosas, durante o qual Voojagig visitou todos os principais centros de perdas de esferográficas da Galáxia, e terminou formulando uma curiosa teoria que se popularizou muito na época. Em algum lugar no cosmos ― afirmou ele ― , além de todos os planetas habitados por humanóides, reptilóides, peixóides, arvoróides ambulantes e tons de azul superinteligentes, haveria também um planeta habitado exclusivamente por seres vivos esferografóides. E era para esse planeta que iam todas as esferográficas perdidas e abandonadas, escapulindo por buraquinhos no espaço para um mundo onde elas podiam viver uma vida esferografóide, reagir a estímulos de caráter eminentemente esferografitico ― em suma, levar a vida com que sonha toda esferográfica.


O guia do mochileiro das galáxias, Vol 1. - Douglas Adams.

Super indico.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Solstício.

Poetas, ou apenas humanos, precursores de um poema sem rimas, do eu lírico falecido, dos corações desmantelados.

Mulheres, flores de março, fontes salgadas de uma poesia deixada, mórbida, dos versos abandonados.

E poucos sexos que se partem em tuas vozes, a desflorar as estrofes do epitáfio adormecido.

Vigor, furor, vulgaridade flácida dos contos acidentados. Prólogo seco, assexuado.

Resumo então a estas partes loucas fora da validade.

Partes concretas de um vaso partido, a rosa caída, defunta, oriunda de um além qualquer.

Somos iguais em gênero, número e grau nestas poucas essências a inibir nossa ficção.

Inibição? Despi-se. Fantasia sexual segura é desnuda. Gênero e grau excêntricos, autênticos. Distintos.

Destarte o teu acalento torna-se lúgubre, nesta ausência de pele com pele, de mente com mente.

Junção de vestes carnudas, desperta. A falta torna-se presente, a alma alenta, atenta a qualquer sinal de morbidez. Solidez, frígida.

Embebida de algumas caras e bocas na amnésia de seu amanhã. O que não virá tão sólido, tão sórdido, tão rígido a liquidez.

Desmancha-se e por fim vira pó. Pó de rostos, pó de faces, pó de uma cinza cafeísta. Não lhe há nada concreto que vale a intenção. Teus lábios soltos de arcada mandraca, estiveram lacrados cedo demais.

E sela-se o corpo em fragmentos partidários, corruptos a corroer suas estranhas, seu palpitante, suas quiméricas ilusões. Resta-se em nostalgia vulnerável, desmerecida por qualquer vestígio humano entre nossas polaridades incompatíveis.

Laço por traço se retrai. Tua seca indefinida, esfomeada, sedenta tal por extremos que renegam concepção. Mas colam-se. Difundem-se como a cor da água morna, logo fervente, logo salivante na garganta.

E onde ecoam as vozes? Calam-se em uníssono, refletem-se em um espelho a lhe circundar por vez ou outra e tornar teus poemas monólogos ínfimos. Inaudíveis.

Ironia saudosa ou sarcasmo moribundo? Pressente-se essa áurea uníssona, reflexiva, inapta a ouvidos alheios. Reflete-se no espelho a vaidade do sono. Sono. Falta-me. Sobra-me. Desfalece-me.

Pressuposto na inércia de cada herança perdida, torno-me inerte a este sepulcro habitual.

Foi-se um prólogo. Um renascido epitáfio, uma súbita concepção de termos enfáticos e ficciosos. Transadas as palavras, repartem-se num recomeço habitual.
O fim regenerado de uma rosa murcha, em metades de um vaso inteiro.
Espinhoso.
Alma vazia, loucura insana, alegre descontente. Isso tudo está por vir e em mim'alma foma-se um grande buraco e então a loucura volta e a faz inchar, assim explodindo-a como as gotas de ar, ou seriam as de chuva? Como uma barriga vazia, a alma está por vir.

Dói de ardor... Dói de amor.

E voltamos ao vazio.
— Será... Que... A.... Minha... Alma... Está... Vazia?

Metanfetamina.

— Você tem o bagulho? Droga?

Eis que cheirava a merda, a devassidão. A pele emergia odores insuportáveis até no mais alto nível de álcool no sangue. O corpo junto aos demais compunha um colchão humano, de mentes; de corpos. A sujidade se tornava limpa perante ali; do vasto cômodo que cheirava a crystal. O bagulho era o entretenimento daqueles indivíduos que, impossivelmente, atingiriam os quarenta anos. Era a diversão de almas perdidas.

Pedaços de cristal. Os restos difundidos sobre a mesa seriam inalados assim que os torpores passassem-lhes; assim que o corpo começasse a fundir para suas mortes. Alguém inalou ruidosamente o restante e em gargalhadas caiu-se para trás. A substância era-lhe cabível para a fuga e desprezo da mediocridade em sua vida. “Isso é demais, vadia!”, pensou o jovem de vinte e tantos anos, sem consenso de que aquilo, futuramente, lhe custaria um ou mais dentes de sua boca; custar-lhe-ia a vida. Ao fim, defrontou-se nos delírios que lhe proporcionava a cada cheirada de Crystal Meth... De Metanfetamina.

METANFETAMINA — D.

domingo, 10 de abril de 2011

A vida é uma só
Daqui não levaremos dinheiro
Não levaremos as horas de reunião chata
E o tempo gasto em ser corretamente responsável
Então deixe-me ser o seu DOCE NOVEMBRO
Façamos dos nossos momentos umma lembrança intacta
Não quero ver você sofrer por mim
Quero apenas te ver sorrir
Quando chegar novembro ao fim
Tamparei seus olhos com um cachecol meu
Assim vou partir
Apenas não se esqueça de mim
Lembre-se que te ensinei a ser feliz
Não deixarei você me ver chegar ao fim