Poetas, ou apenas humanos, precursores de um poema sem rimas, do eu lírico falecido, dos corações desmantelados.
Mulheres, flores de março, fontes salgadas de uma poesia deixada, mórbida, dos versos abandonados.
E poucos sexos que se partem em tuas vozes, a desflorar as estrofes do epitáfio adormecido.
Vigor, furor, vulgaridade flácida dos contos acidentados. Prólogo seco, assexuado.
Resumo então a estas partes loucas fora da validade.
Partes concretas de um vaso partido, a rosa caída, defunta, oriunda de um além qualquer.
Somos iguais em gênero, número e grau nestas poucas essências a inibir nossa ficção.
Inibição? Despi-se. Fantasia sexual segura é desnuda. Gênero e grau excêntricos, autênticos. Distintos.
Destarte o teu acalento torna-se lúgubre, nesta ausência de pele com pele, de mente com mente.
Junção de vestes carnudas, desperta. A falta torna-se presente, a alma alenta, atenta a qualquer sinal de morbidez. Solidez, frígida.
Embebida de algumas caras e bocas na amnésia de seu amanhã. O que não virá tão sólido, tão sórdido, tão rígido a liquidez.
Desmancha-se e por fim vira pó. Pó de rostos, pó de faces, pó de uma cinza cafeísta. Não lhe há nada concreto que vale a intenção. Teus lábios soltos de arcada mandraca, estiveram lacrados cedo demais.
E sela-se o corpo em fragmentos partidários, corruptos a corroer suas estranhas, seu palpitante, suas quiméricas ilusões. Resta-se em nostalgia vulnerável, desmerecida por qualquer vestígio humano entre nossas polaridades incompatíveis.
Laço por traço se retrai. Tua seca indefinida, esfomeada, sedenta tal por extremos que renegam concepção. Mas colam-se. Difundem-se como a cor da água morna, logo fervente, logo salivante na garganta.
E onde ecoam as vozes? Calam-se em uníssono, refletem-se em um espelho a lhe circundar por vez ou outra e tornar teus poemas monólogos ínfimos. Inaudíveis.
Ironia saudosa ou sarcasmo moribundo? Pressente-se essa áurea uníssona, reflexiva, inapta a ouvidos alheios. Reflete-se no espelho a vaidade do sono. Sono. Falta-me. Sobra-me. Desfalece-me.
Pressuposto na inércia de cada herança perdida, torno-me inerte a este sepulcro habitual.
Foi-se um prólogo. Um renascido epitáfio, uma súbita concepção de termos enfáticos e ficciosos. Transadas as palavras, repartem-se num recomeço habitual.
O fim regenerado de uma rosa murcha, em metades de um vaso inteiro.
Espinhoso.
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